Jamais imaginei que fosse conhecer alguém como o Christian. Estávamos na Igreja Evangéloica Kasr El Dobara, no Cairo, aguardando a chegada dele (Christian). Ele surgiu pela porta dos fundos, quase sem fôlego. Em apenas 15 minutos compartilhou seu testemunho, e depois nos deixou à vontae para lhe fazer perguntas. Ele disse, brincando: "Podemos ficar 10 anos conversando aqui". Só que ele não estava confortávfel. Olhava bastante para seu relógio de pulso e o tempo todo para os lados, com medo de que estivesse sendo observado.
Mais tarde entendemos melhor aquela atitude tão nervosa e apressada.
Christian foi criado por uma mãe muçulmana fundamentalista - três vezes por semana, em sua casa, ela dirigia reuniões frequentadas por outros fundamentalistas. O pai de Christian faleceu quando ele ainda era criança.
Por ser o caçula da casa, Christian era bastante apegado à mãe. Mesmo assim, nunca aceitou totalmente a religião que sua mãe defendia com tanto zelo. Christian pensava: por que o islamismo não prega o amor? Por que há tanto ódio? Por que só o islamismo é a resposta correta?
Ele também percebeu que as pessoas com as quais ele convivia pautavam suas ações de acordo com as recompensas que receberiam no céu. Assim, para Christian, o céu era um lugar em que todos os desejos seriam realizados. Teria de tudo, menos Deus. Essas coisas foram deixando Christian cada vez mais decepcionado com aquilo que ele julgava ser a verdade.
Amanhã continuamos o relato.
FONTE: PORTAS ABERTAS BRASIL
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