As guerras são empreendimentos dispendioso.
Quando as tropas ficam longe do seu país, há perda de mão-de-obra. As armas,
uniformes, mantimentos e outras necessidades de um exército têm de ser pagos.
Não é possível envolver-se numa guerra longa, nem um rei pode ter um grande
exército até que haja fundos para financiar essa empreitada. Havia recursos
para o povo judeu nos dias de Salomão e foi só durante esse período que a não
teve um exército organizado, que incluía carros e talvez cavalaria. Em outras
ocasiões, outros meios tinham de ser encontrados para entrar em guerra. Quando
o povo judeu não encontrava esses meios, ele ficava sujeito às nações mais
poderosas que ao pagar “tributo”, eles na verdade ajudavam a prover os recursos
para essas nações.
Antes de monarquia – No período que
antecedeu a monarquia, todo homem capaz tinha de pegar em armas. Isto se
aplicava aos dias de Abraão. Quando seu sobrinho Ló foi aprisionado, Abraão
levou 318 homens de sua família e mediante surpresa e ataque noturno conseguiu
resgatar Ló e apossar-se de grande quantidade de bens materiais (Gn. 14:14-16).
O mesmo processo funcionou na época dos Juízes,
mas o “juiz” podia convocar todos os homens capazes de mais vinte anos para
juntar-se a ele na operação. Quando Débora e Baraque resistiram aos cananeus,
eles requisitaram pessoas das tribos de Efraim, Benjamim, Zebulo, Issacar,
Rúben, Dã, Aser e Naftali (Jz. 5:23). As tribos de Simeão e Judá não foram
chamdas nessa ocasião.
Por outro lado, Saul reuni os exércitos de todas
as tribos, cortando dois bois em doze pedações (I Sm. 11:7). Nessa
ocasião eles lutaram para libertar Jabes-Gileade (I Sm. 11:1-2). Lutar era um
dever religioso. Durante esse período não havia exército regular; não eram
praticamente realizados treinamentos e o número de armas disponíveis era muito
pequeno. Está claro que os judeus acreditavam que Deus se achava do seu lado.
Ele era o Senhor dos Exércitos (I Sm. 15:2), o Senhor dos Exércitos de Israel
(I Sm. 17:26) mas não alcançava vitórias por meio de exércitos grandes e bem
equipados.
Espiões foram
enviados a Jedricó e eles encontraram uma aliada em Raabe (Js. 2:1-7). A cidade
foi capturada depois de uma dedicação ritual da cidade a Deus, que havia
aterrorizado os habitantes (Js.6:1-5). Os muros podem ter sido derrubados por
um terremoto provocado por Deus. Aí não pôde ser tomada por um ataque frontal,
mas rendeu-se quando seus defensores foram atraídos para lutar fora da cidade,
e os homens de Josué prepararam uma emboscada e incendiaram a cidade (Js. 8).
Os cananeus entraram em pânico por causa de um ataque-surpresa e foram
dizimados com uma forte saraivada (Js. 10:9-11). Numa época em que os judeus
não tinham carros para enfrentar os cananeus, os carros destes ficaram
inutilizados quando as rodas atolaram na lama espessa formada pela enchente do
rio Quisom (Jz. 5:21). Gideão derrotou os midianitas desmoralizados (Jz. 7:21)
com um ataque inesperado de seus leais companheiros no meio da noite (Jz.
7:19-20). Tais táticas eram típicas da milícia israelita quando não havia ainda
um exército organizado.
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