SUDÃO (35º) - Hiba Abdelfadil Anglo, 16 anos, escapou de uma quadrilha de muçulmanos que a sequestrou no ano passado, mas é provável que ela precise de um longo tempo para se recuperar dos traumas vivenciados.
Como ela disse à Compass, os sequestradores a agrediram, estupraram e tentaram forçá-la a se converter do cristianismo ao islamismo. “Eles fizeram muitas coisas ruins comigo”, disse ela, com lágrimas escorrendo de seus olhos.
Sequestrada em 17 de junho de 2010, ela se reencontrou com sua família em 10 de julho. “Várias vezes fui avisada de que, se não me convertesse ao Islã, estaria correndo o risco de perder minha vida”, disse ela.
“O homem que me colocou em sua casa, em várias ocasiões me torturou e ameaçou me matar. Ele não me permitia fazer as minhas orações cristãs, ofendendo inclusive minha família, chamando-a de família de infiéis”, disse Hiba.
Hiba disse que o homem que a mantinha presa em sua casa só a libertou, deixando-a sair do cativeiro, porque ela aparentou estar convertida ao islã. Ela conseguiu fugir da casa e pediu a um motorista de táxi para levá-la à sua casa, que ficava a duas horas de distância do local.
“Eu tinha tentado escapar três vezes antes dessa última, mas eles me capturaram em todas as oportunidades e me bateram muito”, disse ela, soluçando.
Sua mãe, a viúva Ikhlas Omer Anglo, disse à Compass que sua filha se tornou um alvo para os sequestradores por ser cristã e membro da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão, em Cartum. A mãe da menina disse ainda que, quando foi à polícia para que eles investigassem o caso, os policiais lhe disseram que ela deveria primeiro deixar o cristianismo.
“Logo após minha filha ter sido sequestrada, um oficial me disse: “Se você quer sua filha de volta, você deve se tornar muçulmana”, disse a ela. “Agradeço a Deus por permitir que a minha filha escapasse antes do início do Ramadã, embora ela esteja bastante traumatizada.”
“Além de abusarem sexualmente de mim, ele tentou me forçar a mudar minha fé e me lembrava que eu tinha de me preparar para o Ramadã”, disse Hiba. “Eu não consigo esquecer esse terrível incidente. Eu sempre oro, mas é muito difícil esquecer. Peço que orem por mim, para que Deus cure meu interior.”
"É bom falar àqueles que oraram por nós, para saberem que suas orações foram atendidas e minha filha está de volta", disse Anglo. "Eu também preciso de orações, pois estou desempregada desde o tempo em que minha filha foi sequestrada."