A economia reformada de Deng Xiaoping estabelecida em 1978 alterou imensamente a sociedade chinesa, gerando mudanças maciças na demografia e também na sociedade. Aquela que, no começo da década de 1980, era uma sociedade predominantemente agrária, hoje é considerada uma superpotência: o crescimento econômico de cerca de 9,5%  ao ano durante a última década reduziu a pobreza, aumentou a renda, melhorou os níveis educacionais e estimulou o desenvolvimento infraestrutural.

Essas rápidas mudanças na China arrastaram junto com elas a Igreja. Hoje, o movimento de igrejas domésticas, praticamente foi iniciado pelos camponeses e pelos pobres, ainda enfrenta perseguição por causa de sua fé, mas também luta com um conjunto de novos desafios que não existiam há 30 anos.

1 - O desafio da urbanização

Como a economia chinesa tornou-se liberal e as empresas estrangeiras começaram a investir em regiões mais desenvolvidas do país, muitas pessoas deixaram o campo em busca de melhores condições de vida nas cidades. Com este "êxodo rural" e com uma carga horária de trabalho de 12 horas diárias, resta pouco tempo e energia para se reunirem nas igrejas locais, como ocorria nas zonas rurais. Por isso os líderes de igrejas compostas por migrantes têm de ajustar a estrutura de liderança e as estratégias de ministração, assim como o sistema de sustento financeiro, para que tenham condição de sobreviver e ser vem sucedidos na cidade.

O processo de urbanização nas últimas duas décadas gerou uma nova categoria de igreja domésticas. Diferentemente do modelo tradicional de igrejas domésticas rurais, este "terceiro tipo de igreja" - ou "igrejas urbanas emergentes" - é composto por pessoas bem educadas, que nasceram e foram criadas nas cidades. Muitas são ricas e altamente capacitadas profissionalmente em diversas ocupações. O contexto, a criação familiar, a a mentalidade cultural, o estilo de vida e as preocupações tão diferentes  deste "terceiro tipo de igreja" criam a necessidade de um modo diferenciado de discipulado e ministério, se comparado com as necessidades espirituais habituais encontradas nas igrejas rurais.