Série: PASTORES DA IGREJA PERSEGUIDA


Qual é o valor da liberdade que desfrutamos no Brasil? Os pastores têm grande responsabilidade ao cuidar de seu rebanho com os princípios bíblicos em meio a uma sociedade corrompida. Mas será que, entre as igrejas do Brasil, há espaço para se falar de perseguição, sofrimento e dificuldades, elementos tão reais e cotidianos na vida de muitos pastores da Igreja Perseguida? Leia os depoimentos de pastores daqui e de lá, e procure entender que somos membros de um só corpo. Somos uma só Igreja.

PASTOR NIU

A China é provavelmente o país em que cristãos crescem em número mais rapidamente. Apesar do crescimento, é muito difícil ser um cristão nessa nação. Eu sou o pastor Niu e moro no vilarejo de Miao, localizado a 1.500 metros acima do mar. O solo aqui é rico, mas ainda assim, apopulação vive na miséria.
Além das dificuldades comuns que enfrentamos quando aceitamos Jesus como Senhor e Salvador, aqui existem alguns tipos de problemas que muitas vezes me deixam preocupados e desanimando. Mas sigo confiando no Senhor.

Creio que o que causa a pobreza em Mião é o caráter “briguento” dos moradores. A falta de paz interior e contentamento causa neles uma constante comparação com os outros, inveja e a dificuldade de perdão para com aqueles que os magoaram. Quando dois grupos brigam, eles têm a tendência, tanto os que venceram quanto os que que perderam, de recorrer a medidas cruéis, como por exemplo, envenenar a comida do outro. Com isso, passa a haver uma disputa  de vingança sem fim, a não ser que uma das famílias se mude.
O evangelho chegou aos Miao por meio do missionário metodista Samuel Pollard, em 1904. Muitas pessoas se converteram a Cristo deixando a idolatria, a feitiçaria, entre outras práticas, além de vício em drogas. Hoje, dos 300.000 habitantes, cerca de 70% são cristãos confessos.

Mas mesmo assim, mais de um século de fé cristã não transformou a comunidade Mião. Nos olhos dos vizinhos não cristãos, o cristianismo simboliza pobreza, rituais superficiais e serviço apenas de boca. Os cristãos são geralmente mais pobres e, portanto, não vale a pena compará-los com aqueles que não acreditam em Jesus.

Sou o pastor da segunda geração de pastores e atendo a oito pontos de encontro da igreja. Também coordeno uma escola bíblica para adolescentes que dura dois anos. Apesar de ter estudado pouco e ter crescido em certo ambiente de desvantagem, me considero um visionário. Quero ver mudanças em minha comunidade. Vejo um imagem de pessoas espiritualmente renovadas e quero compartilhar essa visão com cada vilarejo Miao na China. Claro, isso só poderá acontecer partindo de um cristãos transformados de dentro para fora.

A portas abertas tem me ajudado a levar a Palavra de Deus e a prover base espiritual para meus alunos.

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