A
Indonésia é um país com mais de 360 diferentes etnias, 700 dialetos e composto
por mais de 17 mil ilhas. Todos esses contrastes que formam o país,
independente desde 1949, estão refletidos nas relações sociais e influenciam o cotidiano
religioso dos indonésios. A indonésia oscilou nos últimos dois anos (2010-2012)
entre a 48ª e a 43ª colocação na Classificação de Países por Perseguição, da
Portas Abertas. O país tem passado por importantes transformações; em 2013,
ocupa a 45ª posição, mas isso não significa que haja maior liberdade religiosa
no país, embora constitucionalmente, essa liberdade exista.
A
Indonésia tem se desenvolvido muito rápido economicamente nos últimos anos,
resultando no crescimento da classe média, predominantemente urbana, e na
prosperidade do país. Tem havido também debates mais abertos no parlamento do
país sobre questões relevantes à população, o que não existia há algum tempo. Isso
é resultado direto de um crescimento e maior abertura da mídia, que tem exposto
em seus noticiários os constantes ataques às minorias religiosas e a corrupção
desenfreada. Mas essa suposta abertura religiosa é relativa, já que menos da
metade da população vive nos centros urbanos e está sob os holofotes da mídia.
De
maneira geral, a Igreja não sofre perseguição direta do governo, mas de grupos
radicais islâmicos que, por sua vez, exercem muita influência na opinião
pública do país e nas lideranças políticas regionais e locais. Por conta da
pressão exercida por esses grupos radicais e por seus indivíduos que estão nos
órgãos públicos do país, algumas províncias como Aceh, Java, Slawesi e Sumatra
têm adotado a prática da lei islâmica (sharia).
Uma
das maiores dificuldades que a igreja enfrenta é com relação à abertura de
templos. Um decreto lei de 2006 diz que para a abertura de uma igreja é
necessário que ela tenha no mínimo 90 membros, obtenha o consentimento de pelo
menos 60 vizinhos que professem outras religiões, consiga a aprovação do chefe
da província ouvilarejo e do Fórum de Integração Religiosa. Se comparado a
2011, no ano de 2012 houve um maior índice de igrejas fechadas e de ataques
contra comunidades cristãs e suas propriedades só na província de Aceh 18
igrejas foram fechadas num único mês.
A
atual posição do país na Classificação 2013 reflete a sua crescente tendência
em ceder a grupos extremistas muçulmanos quando o assunto é proteção das
minorias, especialmente dos cristãos. Como a maioria dos cristãos pode praticar
sua fé “abertamente”, a Indonésia ocupará este ano uma posição relativamente
baixa na lista.
Fonte: Portas Abertas
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